1.20.2007

Don Castro de San Telmo Abajo (Mexico)

Dia 170
Km 11007



No dia 2 de Janeiro estava um dia de calor e céu limpo. Na verdade desde que passei a fronteira Mexicana há 4 semanas atrás, tive apenas uma manha com chuva. Na manha que acampamos no "rancho de la vaca perdida", assim intitulado por nós, ao vermos os vaqueiros numa frustrada e vã tentativa (mas divertida) de apanhar uma certa vaca que se "perdeu" pelas vastas colinas áridas que rodeavam o rancho. Essa manha caiu de um céu cinzento seda, uma chuva fina e subtíl. Chuva invernosa do deserto, ao que os índios navajo chamam de "chuva feminina".
Carreguei a "burra" e já depois do meio dia deixamos o acampamento da baía de los Angeles e fizemos-se à estrada. Uma manha como tantas outras com uma pequena, grande diferença: deixava para traz os meus companheiros de viagem dos últimos 2500 kms: a Sheila e o Bernardo. Juntos tinha mos passado por bons momentos e custou-me dizer-lhes adeus. Essa noite acampado de novo no deserto, junto a fogueira, escrevi o seguinte no meu diário de bordo:

"(...) Subimos aquela estrada cheia de curvas mais uma vez, desta vez apenas eu e o Adolfo. Sheila e Bernardo ficaram para traz na companhia do novo membro do "gang", the-crazy-guy-on-a-bike chamado Jeff. Mais um ciclista nómada a caminho do "sul". As montanhas ao meu lado direito protegiam-me do vento, aumentando as temperaturas de um sol já quente. Algumas gotas de agua salgada escorreram-me cara abaixo. seria suor? Ou lágrimas?. Não consegui decifrar, mas ao deixar para traz a Baía de los Angeles, pensamentos nostalgicos apoderaram-se da minha mente, e o deserto não parecia tão bonito como dantes. Era mais seco, mais vazio.

Por vezes tive vontade de dar meia volta e regressar a baía.
Mas não será esta viagem acerca de encontrar, conhecer e partir?. E não será suficiente enriquecedor que as malas da minha memoria se vão enchendo com momentos e faces que tornam única a experiência de viajar em bicicleta?
Vou sentir falta deles!!
Afinal de contas com que frequencia eu conheço alguém [sheila] que gosta de pene mas não de esparguete? Ou alguém [Bernardo] que tem gozo em cozinhar com as especiarias do deserto (leia-se areia) ao contornar o seu pesado corpo em redor do fogão acente no chão, levantando uma nuvem de pó que consequentemente é misturada no seu pote preto do fogo,com um acolher de pau com 20 cm? O resultado seria sempre algo simples mas delicioso!!.... São 8.30 da noite, hora de ir dormir. amanha será outro dia, espero que seja um mais feliz(...)"

Na companhia do Adolfo as médias subiram de novo para os 90/100 km/dia. Uma das vantagens de viajar de norte para sul, nesta altura do ano, aqui na Baja California, e que o vento forte esta sempre a favor, a não ser, é claro, que a estrada mude de Direcção. Foi a que aconteceu depois de passar pelo lindo oásis de San Ignácio (uma excelente quebra do árido e seco deserto,com palmeiras e lagos), durante 25 km (3 horas) lutamos contra um vento lateral endiabrado, cujas fortes rajadas me puseram fora da estrada vezes sem conto (pelo menos 20!). E fora da estrada, na transpeninsular Mex1, significa na valeta! pois a definição de berma no dicionário mexicano refere-se a um espaço imaginário entre a linha branca da estrada e a dita valeta, onde toda a gente espera que um ciclista pedale ,excluindo camionistas, que simplesmente ignoram a linha branca, o espaço e o ciclista por completo!
Na companhia do Adolfo, aprendi também as definições de duas outras palavras do dicionário mexicano importantes para ciclistas: "planito" que se refere a uma estrada com poucas subidas, como foi o caso do nosso primeiro dia de pedalada no México, em que o "planito" garantido pelo Adolfo foram 1226 metros de desnivele acumulado.
Mas a minha preferida é "cerquita". "cerquita" é daquelas palavras que toda a gente usa, mas que só algumas dão importância ao seu significado. Imagina que queres ir do ponto A ao ponto B numa estrada Mexicana e perguntas, ao longo do percurso a 10 pessoas diferentes, a que distancia estás do ponto B. Todas elas te corresponderão que já estás "cerquita", mas só o ultimo a quem perguntas-te, te diz a verdade.

Chegámos a Mulegué junto ao mar de cortês,depois do meio dia. Um outro oásis de verde nesta península árida, e local para mais uma missão espanhola. A península da Baja Califórnia, foi em tempos, colonizada pelas missarías jesuítas e não por "los conquistadores" da armada espanhola. Um dos melhores exemplos deixados pelos missionários, foi a missão de Loreto, uma cidade turística um pouco mais a sul. Depois de mulegué, segue-se a Baía de la concepcion, uma zona de pequenas Baías e praias com palmeiras e "palapas" (cabanas feitas com ramos de palmeira), junto às águas calmas do mar de cortes, e que apesar de turísticas, fogem ao estilo resort-cimento comum a zona de los cabos, na ponta da península, e ainda é possível encontrar um pedaço desértico de areia branca e fina que possas reclamar como teu durante os dias que por ali acampares.

Passamos 3 dias num deles, a playa Escondida com 6 ou 7 palapas e meia dúzia de turistas. Decidimos que não seria necessário usar a tenda, e durante a nossa estadia dormi na minha rede montada dentro de uma palapa,(um pouco destruída pelo furacão de Setembro passado) e o Adolfo dormiu a contar as estrelas. Acordei todas as manhas, com os primeiros raios de sol a baterem-me na cara e com os tons vermelho laranja a reflectir nas águas plácidas da baía, seguidos pelo buzinar desenfreado do Sr Rámon na sua velha furgoneta a descer monte abaixo. O Sr Rámon passava pela praia todas as manhas a horas poucos decentes a vender um pouco de tudo: leite, ovos, lenha, gelo, camarões frescos, etc. Alem do "buzineiro" transformado em mercado ambulante, a nossa próxima opção seria os supermercados e restaurantes de Mulegué, 30 kms a norte. Uma vez que o som da buzina do Sr Rámon desaparecia por detrás dos montes, a minha maior preocupação era , como matar o tempo entre a rede da palapa, uns mergulhos nas águas tipo lagoa do cortes, ou a observar os pelicanos a bombardear a àgua com os seus desajeitados corpos, á pesca.

Teria ficado ali uma semana sem dar por ela, se não fosse o Afonso ter os dias contados para regressar a escola, e eu também com data marcada para chegar a Cancun no final de Fevereiro, altura em que alguém muito especial chega ao México: A sereia do Tamisa.
Chegamos a La Paz 27 dias depois de sair de Tijuana. Foram 1751 km nesta minha primeira etapa no México, e final de viagem para o Adolfo.
Despedi-me do Adolfo, e do Hermann e Flávio (2 ciclistas Mexicanos que tinha-mos conhecido no oásis de San Ignácio, e que nos ofereceram a sua casa em La Paz), e empurrei a Kona ´fire mountain` para dentro do Sinaloa Star. O barco que me iria levar á cidade de Mazatlan, no outro lado do estreito mar de cortes.
16 horas de viagem.
A "burra" ficou amarrada no porão, e eu fui para o bar junto á proa beber umas "coronas" e a ver, primeiro a cidade de La Paz, depois a sua Baía e depois toda a península da Baja, a desaparecer diante dos meus olhos, até que se transformou em apenas uma linha de azul no horizonte.

Por detrás da linha ficou o sorriso do Adolfo, os cactos do deserto, a playa escondida, as fogueiras, o Bernardo e a Sheilla (provavelmente a pedalar) e a cara vincada pelo tempo, do Don Castro, um señor que logo nos primeiros dias de pedalada no México, nos ofereceu a sombra do pinheiro manso do seu jardim para montar-mos as tendas, e que nos contou inúmeras historias noite dentro,da Baja e do Mexico, e Mexicanos em geral. A sua preferida, a julgar pelo seu entusiasmo, deve ter sido sobre a agricultura, que iniciou com o cultivo dos tomates, e Nopales (um tipo de cacto que se come), divergindo depois para o cultivo da marijuana e o narco-trafico mexicano. Assunto que parecia estar bastante inteirado, com preços, qualidades de sementes, formas de cultivo e zonas de trafico. Na manha seguinte despediu-se de nós dizendo, já sabem, se um dia voltarem, a sombra do pinheiro manso aqui estará!
Depois de passar os últimos 3608 km ou 65 dias na companhia de uma forma ou de outra com outros ciclistas, estou de novo sozinho.
Sozinho?-Nem por isso!
Afinal de contas as estradas Mexicanas estão cheias de trafico... e eu e a minha "burra", fazemos parte dele!!!

Nuno Brilhante Pedrosa
escrito a Bordo do Sinaloa Star, mar de cortes, México

1.07.2007

Rodando en Baja (Mexico)

Dia 155
km 9945



-"Aprieta el boton"!
- Qual botão?- perguntei.
-" Aquele de aya!, disse o oficial da alfandega, apontando para um botão num poste do meu lado esquerdo do passeio. Ao apertar o botão, a luz vermelha num sinal tipo semáforo, acendeu.
-Encoste ai, tenho que revistar as suas malas.
-Para onde vais, perguntou em tom casual e indiferente.
-La Paz.
-La Paz? En bici? En sério?
Resolvi omitir que, La Paz, a cidade ao sul da península da Baja Califórnia (a 1500 kms a sul de Tijuana), era apenas uma percentagem miníma desta minha viagem em bicicleta, por achar que ele não me ia acreditar. Enquanto respondia as suas inúmeras perguntas acerca da minha viagem, varias pessoas iam passando sem "aprietar el boton", e eu ia fechando de novo as malas, pois ele não mostrou interesse nenhum em ver o seu conteúdo.
-Bem vindo ao México, disse, despedindo-se com um sorriso amável.

Segui o passeio paralelo a estrada da alfandega, que me despejou numa praça de taxis amarelos. Só ai percebi que já estava em território ;Mexicano, e ninguém me tinha pedido o passaporte.
Num dos cantos da praça de taxis amarelos, encontrava-se uma pequena banca de jornais, revistas, cigarros, fruta, roupa, souvenirs, e tudo mais que coube-se dentro da pequena barraca, e que o dono consegui-se transformar em dólares com os "gringos" que por ali iam passando. Perguntei onde se carimbavam os passaportes. Indicou-me o outro lado da ponte pedestre. A sheilla ficou a guardar as bicicletas (Sim, depois de algum debate com ela mesmo, decidiu atravessar a fronteira comigo). Subi a ponte, e já do outro lado perguntei de novo a um senhor, que me indicou que o local que procurava, se encontrava do outro lado da ponte que eu tinha acabado de atravessar. Atravessei a ponte de novo, e quando perguntei mais uma vez, e alguém me disse que, de facto era do outro lado da ponte...comecei a desesperar. Estava no ponto de decidir continuar sem carimbar o passaporte, quando o señor, que do outro lado da ponte me tinha indicado este lado, se aproximou, e disse que me levaria a "oficina de aduana", que afinal de contas, era DEBAIXO da ponte!
Preenchi um pedaço de papel, e com 20 dólares comprei uma autorização para permanecer no pais por 180 dias, a um senhor que passou o tempo todo ao telemovel, e que me carimbou o formulario e não o passaporte!!
Formalidades concluídas, telefonamos ao Adolfo, se que se prontificou a encontrar-nos junto ao arco de "la revolucion", no centro da caótica cidade de Tijuana, dentro de uma hora. Nos montes circundantes, podíamos observar a imponente paredede metal e arame farpado, que se estendia pelo horizonte, desaparecendo por detrás das montanhas, e que separa as duas Califórnias, como se fora uma gigantesca barragem que impedia o fluxo de agua e a consequente destruição da paisagem americana. A pouca agua que atravessa essa barragem (milhões de emigrantes), são fonte de "energia" a bastante carênciada economia Mexicana.
Do lado Americano, a paisagem esta nua e despida de qualquer vegetação ou edifícios, e e sobrevoada constantemente por helicopteros americanos. No lado sul, as casas da gigantesca cidade de Tijuana, sobem a paisagem ate poucos metros do muro metálico.
Duas horas e meia depois, apareceu o Adolfo.
O Adolfo era o nosso contacto em Tijuana, tínhamo-lo conhecido através da Internet e do seu site de ciclismo rodandoenbaja.

Um jovem de 23 anos, estudante de medicina e afeiçoando ao ciclismo, que apesar da preocupação dos pais, decidiu aproveitar as ferias da faculdade e a "boleia dos gringos", para realizar a aventura da sua vida: Percorrer em bicicleta os vastos 1500 kms da estrada transpenisular Mex1, de Tijuana a longínqua cidade de La Paz, no sul da península da Baja Califórnia, atravessando o que provavelmente será, um dos desertos mais bonitos de toda a América.
Pela manha, depois de uma introdução a culinária mexicana, com um pequeno almoço de "frijoles refritos" ( puré de feijão), ovos "a la rancheira" e guisado de carne, despedimos-se dos seus pais, Roberto e Analilia, e partimos pela estrada poeirenta rumo ao sul.
Era o nosso primeiro dia de pedalada no México e estávamos com os sentidos em alerta máximo, entretidos com os grandes contrastes, em relação ao pais vizinho. O mais atento de todos, era a Sheilla que, habituada a asfaltos lisos, bermas largas e trafico relativamente ordenado, não conseguia esconder o nervosismo ao enfrentar a realidade das caóticas estradas mexicanas.
O Bernardo foi o primeiro a saborear as supresas das estradas latinas, quando num momento de desconcentração, a sua roda bateu num buraco não sinalizado, voando por cima da bicicleta, e caindo no meio da estrada, espalhando por todo o lado, o conteúdo da mala que levava agarrada ao guiador. Por sorte, o camionista que se aproximava, travou com a eficiência necessaria para evitar um acidente. Estávamos apenas com um hora de pedalada nas estradas mexicanas. Tempo suficiente para nos apercebermos de que dai em diante a pedalada iria ser diferente. Foi só a partir de Ensenada, uma cidade a 100 kms a sul da fronteira, e que recebe anualmente "apenas" 4 milhões de "turistas gringos" (Americanos), que a trans-peninsular nos levou para um México um pouco mais autentico.

Paramos no dia 24 na pequena aldeia de San Quittin, para comprar comida para a noite natalícia. Tinha-mos combinado que eu iria cozinhar algo "português", um bacalhau com todos(na verdade um peixe chamado Bonita) e ate encontramos azeite de "verdade" a 10 euros por uma pequena garrafa (um roubo!)
Num pais cheio de sol, onde os rigores do inverno são praticamente desconhecidos, o natal e celebrado de uma forma diferente de Portugal ou da Europa. como não há chaminés, o pai natal esta impedido de fazer a sua honrada e farruscada entrada pelos telhados das casas mexicanas, e o imemorial costume de pendurar as meias a lareira, e desconhecido as crianças mexicanas. no entanto a sua maneira elas divertem-se tanto ou mais do que as nossas crianças no mundo ocidental.
No dia de natal deixamos o pacifico para trás e iniciamos a subida para as montanhas áridas e secas do interior. Estavam 36 graus ao sol do meio dia e pingas de suor escorriam pela cara caindo no alcatrão quente. As paisagens verdes e chuvosas do norte da Califórnia, há pouco mais de um mês, pareciam fazer parte de uma outra viagem, não só a milhares de quilómetros de distancia, mas também a um passando distante.
A paisagem do deserto era simplesmente fascinante, mudando com cada dia, cada vale atravessado, cada hora pedalada.

Ao contrario do deserto frio, plano e monótono do Oregão (EUA), aqui a paisagem abunda com cactos, arvores do deserto e pássaros, como abutres, corre-caminhos, cara-caras, coiotes, víboras e cascáveis. Os nascer e por do sol são quase mágicos, com os enigmáticos cactos do deserto mexicano no horizonte: os Cardons, que atingem ate 20 metros de altura. Cirios,e uma outra espécie de cacto comum, na verdade uma arvore, que mais parece uma cenoura verde gigante e cheia de espinhos, plantada ao contrario.
Não e de admirar que a minha media de viagem desceu para uns meros 50 kms por dia!
as distancias ente aldeias, por vezes são superiores a 100 kms e a agua e sempre uma preocupação. viajamos com cerca de 3/4 litros de agua cada um , reabastecendo ao longo do caminho. No terceiro dia de travessia da costa do pacifico para o mar de cortes, tinhamos planeado encher as garrafas de agua em El Progresso, que o meu mapa assinalava como aldeia e ultimo local para abastecer nesse dia. El progresso era apenas um rancho de uma família perdido no meio do deserto e não tinha agua. Tinhamos apenas 6 litros para 4 pessoas que teria que dar para beber o resto da tarde, cozinhar o jantar, pequeno almoço, e para os 40 kms que teríamos que fazer na manha seguinte ate ao próximo local de abastecimento.
Decidimos raciona-la. Essa noite ninguém iria usar agua para se lavar, nem a cara!
quando eu decidi fazer um café depois de jantar, fui criticado pelo grupo, em especial pela sheilla.
A Baía de los Angeles, foi o local escolhido para passar o ano novo. Na aldeia tinhamos uma supresa a nossa espera: os pais do Adolfo, que preocupados pela ausência de noticias do filho, resolveram ir a sua procura, percorrendo os mais de 500 km que separam tijuana da Baía de los Angeles, alertando pelo caminho a policia, militares, donos de ranchos e ate colocando notas de apelo na Internet. Os dias que se seguiram na Baía de Los Angeles, e pelo caminho para sul, fomos abordados varias vezes por pessoas, a informar-nos que os pais do Adolfo andavam a nossa procura..
Depois do sucesso gastronómico da ceia de natal, repetimos a dose na passagem de ano. Desta vez compramos um tubarão com 2 quilos (que custou menos de 3 euros)), na nossa "palapa" (cabana feia de ramos de palmeira) junto ao mar calmo de cortes. Juntaram-se a festa um casal jovens americanos, e o Jeff, um outro ciclista nómada, também ele a caminho da Argentina. Depois do "tubarão com todos", regado com rum "anejo" (tequilla e ciclistas não se dão, como já comprovei numa outra noite). Acabamos a noite no bailarico da aldeia, onde, perdidas as inibições, tive a minha introdução as danças mexicanas.
A aldeia de Los Angeles fica a 66 kms a Este da trans-peninsular (Mex 1 ) que atravessa a península da "Baja" de norte a sul, e esta situada numa lindissima Baía protegida pelas montanhas desérticas e cheias de cactos a oeste. Como quase todas as Baías da "Baja", também esta, não foge ao turismo de RV (auto-caravanas) do gringos do norte. E as noites passadas no meio do deserto em redor a fogueiras, tem sido a melhor forma de nos alianar a essa neo-colonização turística, e sentirmos um pouco melhor a beleza da paisagem desta árida mas lindissima península.

Estou a um terço da minha travessia do deserto da baja Califórnia. espero chegar a La Paz dento de duas semanas, local onde apanharei um barco para o México continental.
Um feliz ano novo a todos!!

Nuno Brilhante Pedrosa
escrito em Bahia de los Angeles, Baja, México